Por Louise Balmain
A fashion scene britânica
apresenta o futuro e mostra também coleções com um mix rico em detalhes. A androgenia não deixa de aparecer nas passarelas.
Dando boas-vindas
ao futuro a coleção de David
Koma /lol/ abre o desfile com uma serie de total black, interrompido pelo cinza, nude, vermelho, coral, e azul
petróleo e brilho metálico. Renomado pelo seu trabalho com couro, Koma brincou com outros materiais,
criando peças semicirculares e rígidas que lembram os antigos discos de vinil,
enfatizando a silhueta feminina. As linhas estão perto do corpo, porém
retrabalhada por grandes inserções que aparecem na lapela, ou nas laterais das
saias. Os cortes são gráficos e nunca previsíveis. Uma mistura de estilos
diferentes sobrepostas na textura ou do lado oposto, usando do couro a organza,
ou matéria plástica como o PVC. Os volumes são estruturados, linhas exageradas.
E Mary Katrantzou, pela primeira vez muda o ritmo. E o resultado,
surpreendentemente. O corte a tigela que emolduram as cabeças das modelos já
anuncia a vontade de abstração que lança um olhar para o cibernético oriental.
Neste sentido, a golas no melhor estilo oriental e calças que surgem debaixo de
saias, à modelagem asiática, são apenas alguns dos detalhes de um projeto
determinado e sábio. Bordas afiadas e drapé: tudo contribui para a evocação do
futurista e origami. Então, a ideia é simples, em outros lugares gritava à
banalidade. Os Vestidos surgem como uma tela, fotos digitalizas de paisagens
sobre o tecido, uma noite com luar, galhos retorcidos sob a neve, as entradas
de um lago na montanha. O brilho metálico do cetim potencializa o seu charme, o
desdobramento de tule dissolve as fronteiras em uma profundidade. Sem mencionar
os detalhes em couro entalhados, e da renda high-tech fundido ao latex.
Coleções ricas em
um mix de matérias, entre rendas, algodão, seda, paillettes, miçangas, malha,
cashmere, chiffon, pele e tule e rendas guipir tomam forma no estilo de Tom Ford mix in match dedicado à
opulência e cores, que se reuniu em influências díspares. Há os motivos tribais
em preto e branco ao lado de um motim de bordados com paillettes, miçangas
e florais coloridos. é um bombardeio de reminiscência da década de oitenta e há
também desenhos explosivos, que parecem ter saído das páginas de quadrinhos. Há
casacos de pele e mantas manchadas, também tem a renda preta que brinca e
entrelaça com a transparência. E há ainda franjas de couro, botas e roupas em
"patch," geometrias contrastantes e flores bordadas com desenhos
orientais. Tom saiu completamente do
minimalismo e mergulhou em um mix glamouroso. E Clements
Ribeiro o casal
Anglo-brasileiro também mergulhou no mix trazendo seus habituais florais,
xadrezes, listas, bichos e grafismo em um look muito feminino. (Veja o Link) e
ainda falando nas coleções oversized não pode faltar aquela do escocês Christopher Kane, que é
composta de todos os temas fundamentais do seu estilo, do punk a hiper-decoração
desconstruída e sua alfaiataria rigorosa, que explora novas proporções, uso
surpreendente de materiais, ao uso desprendido de cores, reinterpretação
irônica da sua origem escocesa. Partimos da pele, um material novo para o
designer escocês (segindo na contra mão de uma moda Bio), que a utiliza para
fazer as golas dos glamourosos casacos de um azul rigoroso. Em seguida, surge
uma nova versão da camuflagem com tons de roxo, cinza e vermelho, usados nas minidress plissadas, saias e casacos, alternando com couro preto até
quando passa ao jogo “vejo não vejo”. Com tops e vestidos ricamente bordados no
bordeaux ou no azul profundo, onde flores ou o veludo permite entrever a pele
nua até que sejam transformados em esculturas decoradas em preto com colarinhos
metalizados. E então as flores saem das estampas e transformam-se em 3D,
ganhando vida em vestidos curtos e enriquecendo golas de casacos e saias. Christopher Kane não tem medo de ousar
ou exagerar, cria um vestido com mangas compridas feitos de leves paneis com
contornos gráficos Black, e logo
depois coloca em cena um top negro com um desenho Cartoon urban, concluí o
desfile, com vestidos de aspectos eletrizantes, nos tons de violeta e negro
deixando a plateia estupefata......... A passarela de Kane foi a star da riqueza
na Londres FW. Alguém disse que precisava de cinco desfiles do estilista.
À androgenia
adquiriu seu espaço primeiro na coleção de Richard
Nicoll com uma silhouette limpa e Slim que combinou com casacos over
e calças longas que parecem ter sido pegas emprestadas no armário do marido,
tudo vem adocicado por camisetas estampadas ou uma agressividade potencializada
por inserções de mini pregos estampados com pele de serpente. A coleção usa
tecidos em todas as esfumaturas que caracterizam o guarda-roupa masculino, ao
mesmo tempo surgem decotes geométricos, fendas profundas e assimétricas, para
completar o look uma modelagem de alfaiataria masculina. Uma mulher andrógina
também passou na passarela de Paul
Smith, sua usual assinatura é alfaiataria masculina que se desdobra em
calças de cortes amplos, e casacos monumentais com colarinhos importantes,
Jaquetas que tomam formas de um descontraído trespassado. Então, com uma súbita
mudança de perspectiva, as mesmas calças tornam-se justas e metalizadas, As
camisas que anteriormente eram de camurça aparecem em uma versão transparente.
Alguns lampejos de impressão digital, especialmente em chemisier de seda, no
resto o efeito é dado por cores vivas, emparelhado com grafismo negro, em uma
faixa que alterna sem nenhum discernimento com um azul elétrico, turquesa, coral,
fúchsia.
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Paul Smith |
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Mary Katrantzou |
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Mary Katrantzou |
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Mary Katrantzou-detalhe |
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Christopher Kane |
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Christopher Kane |
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David Koma |
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David Koma-detalhe |
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Richard Nicoll-detalhe |
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Richard Nicoll |
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Tom Ford |
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Tom Ford |
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