A foto vencedora do sueco Paul Hansen na categoria foto jornalista |
Resultados do concurso de fotografia mais popular do mundo, o World
Press Photo, A violência sobre as populações civis no Médio Oriente foi
o tema dominante na categoria de notícia, uma das nove deste prêmio que neste
ano estiveram concorrendo 5666 fotógrafos de 124 países, com um total de
103.481 imagens submetidas, em sua 56 ª edição.
Esta foi, a fotografia vencedora, tirada por Paul Hansen da Suécia (que acaba de ganhar o primeiro prêmio em
Imagens do Concurso Internacional como fotógrafo do ano na categoria
fotojornalismo), mostra um grupo de homens que suporta os corpos sem vida de duas
crianças nas ruas da Cidade de Gaza. Hansen
sugere a perspectiva na imagem da angústia da situação, bem como a procissão de
homens evoca um rio cheio de desespero para amplificar o sacrifício inocente de
duas crianças. É neste cenário de desespero e destruição que Hansen fez a fotografia do ano. “Estou
muito feliz e ao mesmo tempo muito triste”, disse o sueco à agência de notícias
norte-americana, referindo-se à “honra” que sente ao receber este importante
premio que lhe é atribuído por colegas de profissão, enquanto uma família
perdeu duas das suas crianças e uma mulher permanece inconsciente na cama de um
hospital. “Essas situações são muito complexas", acrescentou Hansen, que vai receber dez mil euros
da fundação World Press Photo. “É difícil exprimir as emoções, traduzir o
que está a acontecer. A luz é dura e há muita gente.” À AP explicou por que razão escolheu o beco para fotografar: “A luz
fazia ricochete nas paredes e por isso pensei que ali se poderia olhar para
tudo isto como uma procissão… Temos a profundidade da imagem e a luz que se
move.”.
"Eu sempre disse que uma foto que deve se envolver com a cabeça, o
coração e o estômago," as palavras de Santiago
Lyon, vice-presidente e diretor de fotografia da Associated Press e
presidente do júri deste ano. E acrescenta que este trabalho de Hansen para o diário sueco Dagens
Nyheter “é simplesmente uma coleção forte de expressões”, que o tamanho
dos corpos das crianças acentua “uma imagem incrível” que mostra como tantas
outras nas mais de cem mil que foram a concurso, que o fotojornalismo continua
a ser um instrumento poderoso para contar uma história. (AP),
“Ali está toda a dor, toda a tristeza; o desespero e a perda”
acrescentou Mayu Mohanna, membro do júri, citada pelo
diário espanhol El País. “A força da
fotografia está no contraste de tudo isto com a inocência das crianças. É uma
imagem que não vou esquecer.”
Nas diferentes categorias, que incluem fotografia de natureza, desporto
e retrato, merecem destaque do Japonês after the wave, do australiano Daniel Berehulak (terceiro
Prémio Temas Contemporâneos – Histórias), que mostra uma raiz de pinheiro
arrancada pelo tsunami numa praia em Rikuzentakata;
a ternura com que Mirella cuida do
seu marido, Luigi, um doente de
Alzheimer, numa imagem em preto e branco que nos toca, de autoria do italiano Fausto Podavini (primeiro Prémio Vida
Quotidiana – Histórias); o retrato encenado do artista chinês Ai Weiwei, tirado pelo malaio Stefen Chow em Pequim (segundo Prémio
Retrato); e a dança dos pinguins-imperador, série de Paul Nicklen, do Canadá, para a revista National Geographic
(primeiro Prémio Natureza). O português Daniel
Rodrigues, 25 anos, também optou pelo preto e branco e venceu na categoria
Vida Quotidiana com uma fotografia de crianças a jogarem futebol num campo em Dulombi que servira de aquartelamento
militar quando a Guiné-Bissau era
uma colônia portuguesa.
Visite o site World Press Photo e confira o calendário
internacional e itinerário da exposição. Não foi ainda anunciada até a presente
data.
Por Louise Balmain. Baci baci
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